Cortesia da Casa
Dois amigos conversando na mesa de um café.
Estão falando trivialidades, o trabalho, o tempo, a vida.
Começam pedindo um sanduíche de peito de frango e salada no pão árabe, com creme de salsa.
"Ah, mas então, a vida, não é mesmo..."
"É verdade, veja só você..."
O garçom traz os sanduíches.
"Ainda bem que amanhã é logo sexta-feira..."
"É verdade, não aguento mais esse trabalho onde eu estou..."
O garçom traz os sucos: um de laranja, um de abacaxi.
"Obrigado"
"Obrigado"
O garçom é prestativo e educado, inconscientemente os amigos já decidiram dar uma boa gorjeta a ele.
"Tente outra coisa, cara..."
"Vou tentar, vou tentar, mas as coisas estão difíceis, emprego bom não está pra qualquer um..."
O garçom traz mais guardanapos, os amigos estavam realmente precisando, por causa do molho do sanduíche.
"Eu, no meu caso, não tenho muitas perspectivas..."
"E por acaso eu tenho?..."
O outro encara o sanduíche, sem coragem de mentir que sim.
"Logo agora que estou precisando de uma grana..."
"Seu pai ainda não melhorou?"
O garçom traz um bolo de nozes.
"Os hospitais cada vez mais caros..."
"Meu aluguel está nas alturas..."
O garçom traz uma torta alemã.
"Pois é, e além de tudo continuo sendo esse cara solitário...Só levo fora!..."
"É foda..."
O garçom traz bombons de amarula.
"Eu já desisti de achar a mulher ideal..."
"Eu vou ser sempre sozinho assim, não nasci pra ser feliz..."
O garçom oferece café.
"A vida é foda, cara..."
"Pra quê nascer, não é mesmo? Eu vivo cheio de problemas..."
O garçom traz o café.
"E é sempre assim mesmo, ninguém nunca está satisfeito..."
"O homem está destinado a sofrer...e nós inclusive..."
O garçom pergunta se desejam mais alguma coisa.
Mas os amigos estão de cabeça baixa, calados, pensando nas fatalidades. Nem prestam atenção ao garçom.
"É foda..."
"É verdade...é foda..."
O garçom traz dois punhais: cortesia da casa.
Os amigos o olham agradecidos.
O garçom sorri discretamente, satisfeito de sua competência.
"Obrigado..."
"Muito obrigado..."
O garçom só pede que eles paguem adiantado.
Estão falando trivialidades, o trabalho, o tempo, a vida.
Começam pedindo um sanduíche de peito de frango e salada no pão árabe, com creme de salsa.
"Ah, mas então, a vida, não é mesmo..."
"É verdade, veja só você..."
O garçom traz os sanduíches.
"Ainda bem que amanhã é logo sexta-feira..."
"É verdade, não aguento mais esse trabalho onde eu estou..."
O garçom traz os sucos: um de laranja, um de abacaxi.
"Obrigado"
"Obrigado"
O garçom é prestativo e educado, inconscientemente os amigos já decidiram dar uma boa gorjeta a ele.
"Tente outra coisa, cara..."
"Vou tentar, vou tentar, mas as coisas estão difíceis, emprego bom não está pra qualquer um..."
O garçom traz mais guardanapos, os amigos estavam realmente precisando, por causa do molho do sanduíche.
"Eu, no meu caso, não tenho muitas perspectivas..."
"E por acaso eu tenho?..."
O outro encara o sanduíche, sem coragem de mentir que sim.
"Logo agora que estou precisando de uma grana..."
"Seu pai ainda não melhorou?"
O garçom traz um bolo de nozes.
"Os hospitais cada vez mais caros..."
"Meu aluguel está nas alturas..."
O garçom traz uma torta alemã.
"Pois é, e além de tudo continuo sendo esse cara solitário...Só levo fora!..."
"É foda..."
O garçom traz bombons de amarula.
"Eu já desisti de achar a mulher ideal..."
"Eu vou ser sempre sozinho assim, não nasci pra ser feliz..."
O garçom oferece café.
"A vida é foda, cara..."
"Pra quê nascer, não é mesmo? Eu vivo cheio de problemas..."
O garçom traz o café.
"E é sempre assim mesmo, ninguém nunca está satisfeito..."
"O homem está destinado a sofrer...e nós inclusive..."
O garçom pergunta se desejam mais alguma coisa.
Mas os amigos estão de cabeça baixa, calados, pensando nas fatalidades. Nem prestam atenção ao garçom.
"É foda..."
"É verdade...é foda..."
O garçom traz dois punhais: cortesia da casa.
Os amigos o olham agradecidos.
O garçom sorri discretamente, satisfeito de sua competência.
"Obrigado..."
"Muito obrigado..."
O garçom só pede que eles paguem adiantado.
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