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7.6.11

discussões cansativas

só pra deixar registrado: eu entendo perfeitamente essa cruzada irritante dos evangélicos contra a anti-homofobia. não que deixe de ser irritante, mas entendo perfeitamente. e até apoiaria e torceria pra lei da criminalização morrer na praia se evangélica eu (ainda) fosse. afinal, se a sua religião diz que é um absurdo usar blusa marrom, eu viveria muito infeliz e revoltada num mundo em que a onda agora é proteger as coitadinhas das blusas marrons. e eu ainda incorreria no clássico erro de confundir anti-homofobia com incentivo à homossexualidade eba-vamos-todos-virar-gays. aliás, pra falar a verdade, ainda não me explicaram qual a relação entre ser gay e ser afeminado e entre ser lésbica e ser machinho. o que tem uma coisa a ver com a outra? a ideia não é só gostar de gente do mesmo sexo? por que essa mania de adquirir características do outro sexo só porque você gosta de gente do mesmo sexo? não que eu esteja sugerindo, mas alguns poderiam apontar uma incoerência segundo a qual se conclui que o natural é gostar de gente do sexo oposto. assim, tudo em nome da coerência. é só isso que eu queria.

(talvez, ouvindo isso, o chato de plantão me disse que estou apelando pra clichês do tipo gay é mulherzinha e lésbica fala grosso. gente. sério. façam uma estatística. quantos gays machos você conhece? quantas lésbicas menininhas? a discussão poderia, no máximo, descambar pra aquilo do que caracteriza ser feminino ou ser masculino. essa aí até vale, mas não concordo com essa relativização exagerada.)

aí eu estava pensando nisso e me lembrei de como uma vez pai e filha, ambos muito inteligentes (cof cof), usaram como argumento em uma discussão que o fato de eu implicar com as ideias do Darwin decorre do fato de eu já ter sido evangélica. e, ao relembrar a situação, grande ódio se insurgiu em mim. aquele recurso clássico do "vamos descaracterizar você e não suas ideias porque somos incompetentes pra trabalhar com as ideias e preferimos chamar você de feia a discutir algo a sério". ódio sem fim. bom, mas com certeza essa dupla de pai e filha inteligente diriam o mesmo se me ouvissem falar assim contra a anti-homofobia. e se eles próprios fosse, claro, não homofóbicos. como eu disse, ambos não são lá muito inteligentes.

1 Comments:

  • Na verdade não é tão simples quanto só gostar de pessoas do mesmo sexo. Quando você é hetero, beleza, você se veste e se porta do jeito que você quiser, não faz diferença, você é o padrão. Você não precisa fazer qualquer esforço para encontrar outras pessoas hetero com as quais conversar sobre como é ser hetero, nem precisa de qualquer código que te identifique facilmente como hetero para que outros heteros saibam que você é hetero. Isso tudo é necessário quando se é gay ou lésbica. Deixa de ser "só" uma opção sexual e vira uma subcultura justamente porque as pessoas são (ou se sentem) excluídas do grande público. Você quer estar entre iguais, entre pessoas que não vão julgar você, rir da sua cara, te dizer que você vai pro inferno. De certa forma, ser gay/lésbica vira tanto uma forma de identificação quanto, sei lá, ser emo ou indie ou metaleiro. Logo, você se veste e se porta de forma a se encaixar, sacô?

    Não que seja só isso, mas é isso em grande parte.

    By Blogger Clara, at quarta-feira, junho 08, 2011  

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