muitas emoções
A noite de sexta está bombando e por isso resolvi postar no blog para meus 3 leitores. Tenho muitas histórias interessantes a contar. Muitas mesmo. Tantas que nem sei por onde começar.
A primeira é que estou lamentavelmente decepcionada que este blog tenha virado... um blog de verdade. Do tipos "eu..." "então foi assim..." e tudo mais. Mas é sabido no mundo que fluozetina=alegria=produtividade-literária-baixa. Então, amigos, contentemo-nos com as histórias emocionantes do meu dia-a-dia bombante.
Historinha número 1: Eu no metrô esperando a porta abrir. Um velho gordo de blusa laranja na minha frente. Detalhe: só ele. Entro. Mofo um pouquinho até o metrô partir. Daqui a pouco olho pra fileira de cadeiras em frente e, oh!, o gordo de camisa laranja tá com uma mulherzinha sentada do lado. Os dois parecem bem entrosados. E, que coisa, ela também está de blusa laranja. O mais bizarro é que o tom do laranja dela é simplesmente idêntico ao tom da dele. isso é muito bizarro. Será que ela sentou ali de propósito? "Oh, minha alma gêmea temporária!" Será? Ou será que as probabilidades improváveis conspiraram e fizeram os dois sentarem-se um do ladinho do outro, felizes e contentes? Hm, muito estranho. Será que eles se apaixonariam um pelo outro, pelo simples fato de estarem no mesmo lugar e na mesma hora vestindo o exato mesmo tom de laranja? Alguma coisa forte em comum eles devem ter. Bom, enfim, minha estação chega e eu nunca vou saber se eles casaram e foram felizes pra sempre. Fim.
Historinha número 2: Sou o anjo da guarda da velhinha no mercado. Estou passeando no mercado comprando bobagens, como em uma boa sexta-feira bombante, de repente - paf! - cai o pacote de sucrilhos no chão. A velha, bem gorda, até que tenta se abaixar, mas percebe que é melhor virar de ladinho e fazer uma carinha sofrida pra que a menina ao lado, tão jovem e saudável e só um pouquinho acima do peso (no caso eu) se abaixe e pegue pra ela. "Oh, obrigada minha filha!", agradece a cínica velhinha, como se nem planejasse me fazer cometer este ato tão cansativo. Ok. Dessa vez até que vai. Minutos depois, estou eu indo pegar pão francês, e, pa!, lá tá a velha de novo, olhando ao redor com cara de desentendida e perguntando ao mundo: "oh, mas e os saquinhos? Não tem saquinho?" Eu, com minha mãozinha enfiada na cesta de saquinhos, digo um "tem aqui minha senhora" e pego um extra, em seguida oferecendo o mesmo pra velhinha, que além de gorda e cínica tem problemas motores porque quase pega meu saquinho junto. Talvez seja cleptomaníaca também. Nosso embate dura dois segundos, enquanto tento habilmente manter sob meu poder meu valioso saquinho para pão. Obviamente sou bem-sucedida, afinal, nenhuma velhinha gorda cínica e clepto é páreo para mim.
Assim, vencedora e pensativa sobre o amor, termino meu dia, repleta de aventuras novas e enriquecedoras. Ah essa vida! Tão emocionante!
A primeira é que estou lamentavelmente decepcionada que este blog tenha virado... um blog de verdade. Do tipos "eu..." "então foi assim..." e tudo mais. Mas é sabido no mundo que fluozetina=alegria=produtividade-literária-baixa. Então, amigos, contentemo-nos com as histórias emocionantes do meu dia-a-dia bombante.
Historinha número 1: Eu no metrô esperando a porta abrir. Um velho gordo de blusa laranja na minha frente. Detalhe: só ele. Entro. Mofo um pouquinho até o metrô partir. Daqui a pouco olho pra fileira de cadeiras em frente e, oh!, o gordo de camisa laranja tá com uma mulherzinha sentada do lado. Os dois parecem bem entrosados. E, que coisa, ela também está de blusa laranja. O mais bizarro é que o tom do laranja dela é simplesmente idêntico ao tom da dele. isso é muito bizarro. Será que ela sentou ali de propósito? "Oh, minha alma gêmea temporária!" Será? Ou será que as probabilidades improváveis conspiraram e fizeram os dois sentarem-se um do ladinho do outro, felizes e contentes? Hm, muito estranho. Será que eles se apaixonariam um pelo outro, pelo simples fato de estarem no mesmo lugar e na mesma hora vestindo o exato mesmo tom de laranja? Alguma coisa forte em comum eles devem ter. Bom, enfim, minha estação chega e eu nunca vou saber se eles casaram e foram felizes pra sempre. Fim.
Historinha número 2: Sou o anjo da guarda da velhinha no mercado. Estou passeando no mercado comprando bobagens, como em uma boa sexta-feira bombante, de repente - paf! - cai o pacote de sucrilhos no chão. A velha, bem gorda, até que tenta se abaixar, mas percebe que é melhor virar de ladinho e fazer uma carinha sofrida pra que a menina ao lado, tão jovem e saudável e só um pouquinho acima do peso (no caso eu) se abaixe e pegue pra ela. "Oh, obrigada minha filha!", agradece a cínica velhinha, como se nem planejasse me fazer cometer este ato tão cansativo. Ok. Dessa vez até que vai. Minutos depois, estou eu indo pegar pão francês, e, pa!, lá tá a velha de novo, olhando ao redor com cara de desentendida e perguntando ao mundo: "oh, mas e os saquinhos? Não tem saquinho?" Eu, com minha mãozinha enfiada na cesta de saquinhos, digo um "tem aqui minha senhora" e pego um extra, em seguida oferecendo o mesmo pra velhinha, que além de gorda e cínica tem problemas motores porque quase pega meu saquinho junto. Talvez seja cleptomaníaca também. Nosso embate dura dois segundos, enquanto tento habilmente manter sob meu poder meu valioso saquinho para pão. Obviamente sou bem-sucedida, afinal, nenhuma velhinha gorda cínica e clepto é páreo para mim.
Assim, vencedora e pensativa sobre o amor, termino meu dia, repleta de aventuras novas e enriquecedoras. Ah essa vida! Tão emocionante!
4 Comments:
haha: "afinal, nenhuma velhinha gorda cínica e clepto é páreo para mim." Puxa vida, auto estima e confiança, tô gostando de ver!!
By Érica L., at segunda-feira, agosto 06, 2007
Enquanto isso, Clara ainda dormia.
By Clara, at quarta-feira, agosto 08, 2007
hahahahaha
vcs duas só melhoram a história
By Sheila, at quarta-feira, agosto 08, 2007
Uma dúvida: apesar da produtividade baixa, vc ainda vai terminar a antiga historinha do 200 Posts? Eu queria saber como os personagens vão se ligar, como vc vai concluir o enredo, essas coisas. Se eu pedir, vc termina aquela história pra mim? :)
E esse seu trade-off entre alegria e produtividade literária me lembrou do Bernard Summer, do New Order (Ou foi o Peter Hook?). Na época em que ele tomava anti-depressivos ele não conseguia compor praticamente nada. Mas o meu padrinho espiritual* acha que uma coisa não tem nada a ver com a outra:
http://www.avclub.com/content/node/61709/1
"I feel very strongly that the creative process and the creative impulse in me existed long before my problems [com drogas, depressão e síndrome do pânico] manifested. And going through rehab was actually a process of regaining those powers, those same feelings that I always aspired to. That's not to say that there weren't a lot of anxieties that the opposite would be true. All those myths and the conventional wisdom that it's a zero-sum game. But it was a bargain I would've been willing to make when I went into the hospital, without even thinking about it. The only thing I wanted to do was feel better. To not feel as terrible and miserable as I felt. And I would've been happy to not write any more songs in my life, sincerely, just to feel better. I'm really grateful that that's not the way it works, and that you don't have to make that trade. But I do think that there's a lot of different reasons for the myth that you have to suffer or you have to have some horrible friction or turmoil in your life to create. Primarily because it makes a lot better ink. People are much more willing to write about it when it's framed within this mythology that has existed since people began making art.
*Ok, há um pouco de exagero de fã em dar ao Jeff Tweedy esse título. Mas ele é o único dos artistas que eu admiro e me identifico que não morreu afogado/de overdose/de suicídio antes dos 27 anos. É meio como um "veja, Edson, gente como vc também pode dar certo". :P
By Edson, at sexta-feira, agosto 17, 2007
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