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15.5.08

pílulas de sabedoria

Tenho pouco a dizer. Ontem tinha muito (aham) mas estava ocupada fazendo coisas em vez de pensando nelas. Queria contar primeiro do meu curso pra editores: a palestrante de hoje citou que a Livraria da Travessa tá abrindo uma filial no BarraShopping com 4 mil metros de piso e só se ouviu um suspiro geral, misto de prazer e ansiedade.

Queria dizer também que hoje me veio à cabeça a frase "putz, viver é muito foda" e depois olhei pra mim com nojo de mim mesma. Cara, nem quem toma fluoxetina merece uma frase idiota e brega como essa. Viver é muito foda? Ah tá, todos os somalianos vivos acham bem foda viver. Ok, desculpa pessoal, acontece nas melhores famílias, juro, juro mesmo que não vai se repetir.

Ontem encontrei um rapaz emoldurável nos corredores da faculdade e ele me ensinou em 30 segundos como investir na bolsa e me fez pensar sério sobre dinheiro. E citou, rindo de si próprio, acrescentando também que talvez devesse passar a usar terno e gravata (not!), a frase de Nelson Rockefeller de que "quem trabalha não tem tempo de ganhar dinheiro".

Não entendi a história da Fat Lady mas li com pressa. Talvez devesse ler o texto todo. me fez pensar em uma teoria que divide as pessoas excepcionais em pessoas-excepcionais-que-conseguem-aturar-o-mundo e aquelas que não conseguem. Obviamente as pessoas-excepcionais-que-conseguem-aturar-o-mundo também conseguem interagir com ele, e, principalmente, se aproveitar dele. Olham essa vidinha aqui com aquele olhar de cima, dando um sorrisinho de lado, e se deixam tocar por alguns segundos pelos meros mortais pra depois desfrutar de uma bela residência à beira-mar só com gente selecionada. Não tenho a ilusão de que um dia vou conseguir ser assim. Tenho belos exemplos, mas a incapacidade interna. Lembrei de comentar isso porque Franny também não se encaixa nessa categoria.

2 Comments:

  • O que o Seymour propôs para a Franny e os outros irmãoes não foi ser uma pessoa-excepcional-que-consegue-aturar -o-mundo, mas uma pessoa excepcional que ama o mundo, Fat Ladies incluídas. "As Christ himself".

    Bem, o Seymour acabou dando um tiro na cabeça quando se viu num dia perfeito para peixes-banana. Franny se tornou um ser incapacitado para a convivência com o resto da humanidade. O Buddy (alter ego do Salinger), idem. Sintomático, tudo isso. (Pelo menos o Zooey parece que detectou o fenômeno e manteve a lucidez no meio daquela família louca).

    Enfim, só vou copiar aqui o parágrafo final de Franny & Zooey, gratuitamente, pq o Salinger escreve pra caralho e me faz "ficar quieto, sorrindo para o teto, antes de dormir um sono sem nenhum sonho":

    Franny took in her breath slightly but continued to hold the phone to her ear. A dial tone, of course, followed the formal break in the connection. She appeared to find it extraordinarily beautiful to listen to, rather as if it were the best possible substitute for the primordial silence itself. But she seemed to know, too, when to stop listening to it, as if all of what little or much wisdom there is in the world were suddenly hers. When she had replaced the phone, she seemed to know just what to do next, too. She cleared away the smoking things, then drew back the cotton bedspread from the bed she had been sitting on, took off her slippers, and got into the bed. For some minutes, before she fell into a deep, dreamless sleep, she just lay quiet, smiling at the ceiling.

    By Blogger Edson, at sexta-feira, maio 16, 2008  

  • "sono profundo e sem sonhos".

    1:00 AM.

    "Just go to bed, now. Quickly. Quickly and slowly."

    By Blogger Edson, at sexta-feira, maio 16, 2008  

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