Tinha hoje na
Revista do Globo um artigo legalzinho de um cara que eu não lembro o nome (organizador do Café Literário da Bienal, pelo que me lembro) dizendo que a tendência hoje é a "intelectualidade pop". Achei bacana, termo a ser adotado. Era mais ou menos uma união dos dois supostos extremos, e, segundo ele, o legal é ver o pop sob uma ótica intelectual e ironizar o intelectual sob uma ótica pop. Ou talvez não seja nada disso e eu esteja só reproduzindo as ideias que me despertaram, mas que falava sobre pop, isso falava. Mas o outro termo, o tal "oposto", não lembro se era exatamente "intelectualidade". Talvez fosse mais fácil ir até a sala e pegar essas informações que faltam, mas, ah, preguiça. E a ideia é óbvia: o rebuscado e aparentemente chato tem que ser validado pelo que é socialmente aprovado como light. Tipo o nerd que só vira aceitável quando aprende a beber e a sair, ou a mulher super inteligente que só é de fato valorizada se for também bonita, coisas assim. Equilíbrio, talvez.
E eu fui na C&A esses dias e uma velha feia e gorda e pobre berrou "Pedriiiiiiiiiiinho!" no meu ouvido e ela era muito mal educada porque eu fiz cara feia e gritei um "ai!" e nem assim ela pediu desculpas, nem sequer esboçou uma expressão de embaraço. E depois ainda esbarrou em mim enquanto ia atrás do filho remelento. Ai, reprodução. Animaizinhos, bichos, seres insignificantes, e as pessoas só sabem se reproduzir, e são como baratas e cupins e sei lá o quê, a maioria delas, e eu devia parar de pensar assim.
E como terminou a novela?
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O homem nasceu, pelado e ateu, levou um tapa na bundinha...