Os Desejos Esquecidos
Eu quero a epígrafe mais bela, mais precisa, com letras em itálico e duas linhas preenchidas com atordoamento.
Quero uma declaração de amor que arraste consigo a garganta que a proferir. Uma declaração tão verdadeira que se desconfie, que não exija resposta. Leve como ice tea.
Quero a música mais perfeita, com direito a violão e choro contido. E, sim, que soe tão bonita como o nome Lou Reed.
Quero um telefonema inesperado, carregado de uma voz que soe parada no tempo. Mas pode também carregar silêncio (aquela palavra de que os poetas tanto gostam).
Eu quero, claro, uma palavra perfeita, que sirva pra anotar em qualquer lugar, a qualquer hora. Eu gosto de várias delas, mas existirá, um dia, uma em especial?
Queria também uma lembrança sem nenhuma contorção de arrependimento, sem nenhum traço que eu deseja apagar. A lembrança irretocável, pra se guardar numa redoma de vidro como aquela conhecida rosa.
Eu quero, com toda a minha ambição, alguns minutos parados no tempo. Em que eu não pense em nada, mesmo acordada, não sonhe com nada, nada nada. Em que não haja amanhã, ontem, ou anos atrás. Alguns minutos que se passem apenas com a contemplação da sua passagem, segundo após segundo, até que o encanto se desfaça e penetre novamente nessa vida cheia de contextos.
Queria um acorde que não precisasse de melodia pra significar tudo.
Eu quero tanta, tanta coisa.
Quero guardar perfeitamente na memória as mais belas mãos que eu tocar. As mais belas vozes que eu ouvir. Os passos mais envolventes que eu acompanhar.
As frases mais comoventes que eu ouvir, de repente, em meio ao engarrafamento, ou num instante banal qualquer. Aquelas que sempre me fazem ficar calada, parecendo que eu não dei a mínima importância.
Não, eu não preciso dançar aquelas músicas, eu já dancei quase todas que eu queria, e elas sempre tocam quando eu menos espero – às vezes quando eu peço também.
Queria não ter medo do meu medo, mas vê-lo como estou vendo agora, de olhos abertos.
Eu quero, e quero tanto, não esquecer nunca que eu quero tudo isso, e só isso, pra nunca nada me faltar.
Quero uma declaração de amor que arraste consigo a garganta que a proferir. Uma declaração tão verdadeira que se desconfie, que não exija resposta. Leve como ice tea.
Quero a música mais perfeita, com direito a violão e choro contido. E, sim, que soe tão bonita como o nome Lou Reed.
Quero um telefonema inesperado, carregado de uma voz que soe parada no tempo. Mas pode também carregar silêncio (aquela palavra de que os poetas tanto gostam).
Eu quero, claro, uma palavra perfeita, que sirva pra anotar em qualquer lugar, a qualquer hora. Eu gosto de várias delas, mas existirá, um dia, uma em especial?
Queria também uma lembrança sem nenhuma contorção de arrependimento, sem nenhum traço que eu deseja apagar. A lembrança irretocável, pra se guardar numa redoma de vidro como aquela conhecida rosa.
Eu quero, com toda a minha ambição, alguns minutos parados no tempo. Em que eu não pense em nada, mesmo acordada, não sonhe com nada, nada nada. Em que não haja amanhã, ontem, ou anos atrás. Alguns minutos que se passem apenas com a contemplação da sua passagem, segundo após segundo, até que o encanto se desfaça e penetre novamente nessa vida cheia de contextos.
Queria um acorde que não precisasse de melodia pra significar tudo.
Eu quero tanta, tanta coisa.
Quero guardar perfeitamente na memória as mais belas mãos que eu tocar. As mais belas vozes que eu ouvir. Os passos mais envolventes que eu acompanhar.
As frases mais comoventes que eu ouvir, de repente, em meio ao engarrafamento, ou num instante banal qualquer. Aquelas que sempre me fazem ficar calada, parecendo que eu não dei a mínima importância.
Não, eu não preciso dançar aquelas músicas, eu já dancei quase todas que eu queria, e elas sempre tocam quando eu menos espero – às vezes quando eu peço também.
Queria não ter medo do meu medo, mas vê-lo como estou vendo agora, de olhos abertos.
Eu quero, e quero tanto, não esquecer nunca que eu quero tudo isso, e só isso, pra nunca nada me faltar.
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