Quinto dia do ano

Como eu disse ontem, daqui a pouco está na metade de janeiro, depois Carnaval, festa junina, dia das crianças, Natal de novo, e puf!, acabou o ano de novo. É, talvez não seja tão rápido assim, mas o tempo passando me assusta. Estou velha. Vou fazer 25 anos em abril e continuo morando com papai e mamãe e ganhando pouco. Em parte porque eu quis assim, em parte não. Ah, claro que eu não quis assim. E também nem é algo tão ruim, eu é que estava me sentindo pouco bem-sucedida esses dias. E a culpa é dos malditos shoppings, com aquelas lojas malditas cobrando 200 reais por uma camisetinha sem graça. Sério, acho que os lojistas perderam a noção. É bizarro. Qualquer coisa agora custa próximo de 100 reais, e pode ser uma peça super simples. Sei lá, pelo que eu me lembre, eu costumava comprar boas calças jeans por pouco mais de 100. Agora as calças devem estar beirando os 300. Sei lá, nem me atrevi a olhar. Além do mais, prometi a mim mesma só comprar uma calça nova quando eu voltar aos 48 quilos. Desisti até dos 47, muito irreal. E até eu atingir esse peso, já vou ter juntado tanto dinheiro ou as calças vão estar custando o dobro do que custam agora. Ai, preguiça dessa vida. Às vezes me dá um surto de beleza e inspiração e eu penso que tudo vai dar certo e o meu futuro será brilhante e mimimi. Às vezes fico com preguiça de existir, achando esse negócio de vida muito cansativo, difícil. Penso nas minhas atividades e nos meus talentos e nem dá vontade de fazer nada, porque afinal existem tantas coisas boas por aí sendo feitas, o que mais eu vou acrescentar? Pensamento inútil, eu sei, mas fico achando que nunca vou vencer nenhuma concorrência, etc e tals. Oh vida. Isso porque to tomando 60 mg de fluoxetina. Malditas lojas. Quero comprar roupas! E sapatos! E bolsas! Que saco. Note to self: ganhar dinheiro.