a product of a broken home
A Érica contou como foi a entrevista de triagem dela para fazer terapia no Círculo Brasileiro de Psicanálise ("podia ser um triângulo, podia ser um quadrado, mas não, é um círculo...") e eu fiquei com inveja, vou contar como foi a minha também.
-E aí, me conta sobre você. Mora com quem, tem amigos...?
-Moro com meus pais. Minha irmã casou e saiu de casa.
-E você estuda, trabalha...?
-Me formei faz pouco tempo. Tô trabalhando em casa.
-E você faz o quê?
-Basicamente, revisão pra livros.
-E o quê mais?
-Hã... sei lá. Tô namorando faz quase um ano, tenho meus amigos...
-Por que você decidiu procurar terapia?
-Minha médica recomendou, e eu também senti necessidade de repensar algumas coisas, falar sobre algumas coisas que me incomodam. Eu faço tratamento pra TOC e distimia, e ela disse que a terapia ajuda bastante nesses casos.
-Você toma remédio?
-Fluoxetina, 60 mg, e semana passada ela me passou outro porque eu tava reclamando de frequentes crises depressivas, comecei ontem a tomar carbolitium.
-E isso que você falou de algumas coisas que te incomodam, desde quando você sente isso, essas crises depressivas?
-Nossa (risadinha) ... Desde que eu me entendo por gente.
-E só agora resolveu procurar terapia?
-Ah não, eu fiz algumas vezes antes, a primeira vez eu tinha 11 anos, depois aos 20, mas aí meus pais não tinham dinheiro e resolveram parar de pagar. Eu também não gostava muito não.
Basicamente foi isso. E voltei pra casa me debulhando em lágrimas no ônibus. Saudável, eu diria. Uma pessoa controlada. Necessidade alguma de se tratar. Acho que foi a parte do "desde quando" que deu esse baque, porque pensei: "Puta merda, minha vida inteira sempre foi depressão total, os últimos 3 anos é que foram melhorzinhos, mas o resto... putz... só bosta." Digamos que não é muito legal você olhar pra trás e ver que 80% da sua vida você passou com a cabeça bichada, pensando merda, se achando uma bosta, levando uma vida que não queria, bla bla blá. Posso estar exagerando. Posso não estar. Espero que quando eu chegar aos 30 essa porcentagem de depressão na vida esteja abaixo de 50%.
2 Comments:
Ah, não sofra, shula! Não mais que o necessário!! Você tá tentando mudar, that's life, you live, you learn, you bleed, you learn, you choooo-o-ose you learn, como já diria a cabeluda dos movimentos estanhos, aka alanis.
By Érica L., at terça-feira, março 24, 2009
ah sim, vou tentar não sofrer tanto. mas é que ando frágil emocionalmente esses dias, mas de fato me orgulho do quanto melhorei até hoje. =)
By Unknown, at terça-feira, março 24, 2009
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