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21.1.06

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Estou transtornada por tudo que você não compreende.

Naquele dia que a gente sentou um em frente ao outro com um suco de laranja, parecia que você nunca ia saber quem algum dia foi Johnny fucking Cash.

E você falava e falava, sem nada a me dizer.

Sabe, um dia você vai casar e ter filhos, e usar gravata e freqüentar clube de apreciadores de vinho, e trair sua mulher e torrar o cartão de crédito, mesmo ganhando muito dinheiro. E vai escrever um, dois, três livros, e apesar de beber bastante, vai estar com uma puta satisfação por um monte de coisa, e isso me dá uma sensação de fim de filme.

Teve um outro dia que eu quis fazer você sentir isso que eu sinto quando leio umas frases, quando lembro de certas popices... Mas você devia estar bem preocupado remendando as meias e analisando a dívida externa do terceiro mundo.

Cara, ele só pedia que eu não fosse embora, e perguntava se estava tudo bem comigo, e eu nunca achei essa pergunta tão foda. Eu achava tudo nele foda.

Ele quem? Não importa.

Vamos ali até a varanda, ver a vida passar, e contar umas piadinhas, porque é nisso que a gente se entende.

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