sobre o tempo
Estou cansada. De tanto trabalhar, sim, mas não posso reclamar. Na minha semana não-trabalhativa, cheguei à conclusão temporária de que sem trabalho eu não teria como preencher meu tempo e morreria de tédio. Trabalhando morro de cansaço, mas pelo menos ganho dinheiro pra usar nas minhas poucas horas livres e pra me manter viva pra trabalhar mais. Ou talvez o trabalho seja a única coisa a que me sinto obrigada a fazer; ou suficientemente obrigada a ponto de me fazer sair do lugar. Clara concordou que realmente é tempo demais pra se preencher; mas Clara é meio suspeita, porque é pessimista como eu. Matheus disse que não, e citou o hobby de cozinhar, que se ele fosse cozinhar todo dia levaria horas pra definir o que cozinhar, sair pra comprar os ingredientes, cozinhar em si, comer, lavar a bagunça e fim. Pensei também que se eu tivesse dinheiro sobrando, não faltaria coisa pra fazer, pois iria ao cinema, à praia, ao teatro, à academia, iria viajar; mas como minha renda é limitada, minhas possibilidades de lazer e prazer também são limitadas. Pode ser. A última hipótese é que de fato tenho muitas coisas com as quais ocupar meu tempo, mas que minha mente as define como secundárias e menos importantes e, consequentemente, define como vazios os dias que são preenchidos apenas por elas.
Ufa. Era isso. Tinha outra divagação filosófica pra comentar, mas essa já me cansou deveras.
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