Cena 12 – [ O despertar ]
Ela ouvia passos leves no andar de cima, apesar do silêncio em volta. Depois começaram a surgir vozes do mesmo ponto. Alguém dizia repetidamente.... “Venha aprender História, Biologia, Matemática... – as vozes diziam bem alto - Geografia, Física e Português....” Sussurros fantasmagóricos anunciavam preços e vantagens, desfilando como almas penadas sobre o teto.
Mariana acordou de um susto.
Tinha cochilado. Acordou doída, torta, o livro caído no chão. Começou a se mover aos poucos, como que desacostumada. Olhou em volta e reconheceu a cabine do banheiro. Aprumou os ouvidos; esperou. Só então destrancou a porta.
No banheiro não havia ninguém. Mariana se lembrou do relógio: eram duas horas da tarde. Todos do primeiro turno deveriam ter ido embora pouco depois do meio-dia. Agora devia estar no horário de aulas do segundo turno, mas como o horário da tarde era mais vazio, isso poderia explicar a dormência que parecia ter tomado conta do colégio. Pela manhã, mesmo se alguém se trancasse no banheiro enquanto todos estavam em aula, ouviam-se murmúrios, pés batendo, cadeiras arrastando e todo tipo de indício de gente. Naquele momento, parecia mais um prédio abandonado.
Mariana seguiu pelo corredor também vazio, tateando o chão como se desconfiasse de alguma coisa. O prédio parecia morto, sem todo aquele movimento. O corredor, tão longo, parecia infindável. Pé ante pé ela ouvia o ruído surdo do seu tênis sobre o chão encerado, e via sua sombra acompanhando-a ao longo do caminho, bem à sua frente. À medida que se aproximava da saída o ambiente finalmente ia se iluminando.
Mais estranhamente ainda, não havia ninguém no portão. Ela passou por ele devagar, como se a transgredir uma regra. Pela primeira vez ninguém lhe pedia carteirinha ou algo que comprovasse que ela realmente podia ir embora. Sentia-se ainda estranha quando cruzou a saída, e só depois foi aumentando o passo.
Mariana acordou de um susto.
Tinha cochilado. Acordou doída, torta, o livro caído no chão. Começou a se mover aos poucos, como que desacostumada. Olhou em volta e reconheceu a cabine do banheiro. Aprumou os ouvidos; esperou. Só então destrancou a porta.
No banheiro não havia ninguém. Mariana se lembrou do relógio: eram duas horas da tarde. Todos do primeiro turno deveriam ter ido embora pouco depois do meio-dia. Agora devia estar no horário de aulas do segundo turno, mas como o horário da tarde era mais vazio, isso poderia explicar a dormência que parecia ter tomado conta do colégio. Pela manhã, mesmo se alguém se trancasse no banheiro enquanto todos estavam em aula, ouviam-se murmúrios, pés batendo, cadeiras arrastando e todo tipo de indício de gente. Naquele momento, parecia mais um prédio abandonado.
Mariana seguiu pelo corredor também vazio, tateando o chão como se desconfiasse de alguma coisa. O prédio parecia morto, sem todo aquele movimento. O corredor, tão longo, parecia infindável. Pé ante pé ela ouvia o ruído surdo do seu tênis sobre o chão encerado, e via sua sombra acompanhando-a ao longo do caminho, bem à sua frente. À medida que se aproximava da saída o ambiente finalmente ia se iluminando.
Mais estranhamente ainda, não havia ninguém no portão. Ela passou por ele devagar, como se a transgredir uma regra. Pela primeira vez ninguém lhe pedia carteirinha ou algo que comprovasse que ela realmente podia ir embora. Sentia-se ainda estranha quando cruzou a saída, e só depois foi aumentando o passo.
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