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6.2.06

Enfim só

Tinham se amado naquela noite. Talvez uma despedida, quem sabe. Ele levantou por um leve ruído na casa; o peito apertou. Se fosse o que ele previa, então finalmente acontecera.

Fechou os olhos e continuou deitado, aproveitando o momento. Imaginava a tensão dela, tentando não fazer barulho, não ser descoberta. Bobinha. Para quê? Ele se daria ao trabalho de fazer falsas cenas? Para perder o gosto do ato final? Era o momento esperado. Ouvia o som do sapato, tão leve, tão artificialmente leve. Podia sentir os ressentimentos dela e a esperança de que ele sentisse muito. E havia a certeza de que continha o choro. Infelizmente, perdia essa cena, quase todas vezes.

Demorou pouco, sempre tão pouco. No entanto, o próprio ar que ele respirava tornara-se delicioso. Seria um ótimo café da manhã no dia seguinte.

Depois, novas investidas, novas tentativas, tudo pela espera daquela noite em que ele não mais encontraria as roupas dela ao lado, em que acordaria desejoso de um promissor abandono, o gozo final, o desfecho, o aniquilamento.
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I love the sound of you walking away

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