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30.5.08

sem criatividade pra títulos

Minha câmera super ultra mega hiper poderosa chegou e a programação pra noite bombante de hoje vai ser brincar de testar os recursos não explorados dela. Descobri uma coisa bem divertida: um detector de sorrisos. Tipos, você clica pra tirar a foto, mas a câmera só tira mesmo quando algum sorriso se abre. Estranho, não? Só testei comigo sozinha, primeiro de cara fechada, e quando abria o sorrisão o flash ia lá e pá!, tirava a foto. Se tiver um grupo, não sei como funciona.

Pensamentos do dia: subjetivação e pessoas físicas, um tempo prévio pra minha mente anormal dançar com os fantasmas criados; uma tristeza comovida que não é triste, e que surge de uma música recém-descoberta, no caso uma do Mogwai; um medo terrível, mas terrível, do futuro; uma euforia imaginativa que finalmente começou a baixar ontem; cara, preciso me inscrever na academia; uns chás que a minha tia trouxe dos EUA junto com a câmera e que são o paraíso na terra; uma incapacidade pra lidar com barreiras invisíveis. Preguiça de explicar cada um, e nem são assuntos interessantes.

Fora isso, to animada com uma pessoa aí, decepcionada com uma outra, empolgada com uma possibilidade, planejando o retorno à dieta. E a conversa de ontem no almoço passou por uma pesquisa que disse que 60% das mulheres preferem chocolate a sexo. Minha nova amiguinha, recém-descoberta como a mais nova emoldurável na face da terra, começou a refletir:

Primeira resposta:
Cara, que bando de mal comidas.

Depois, pensando melhor:
Será mesmo? Mulher tem uma relação estranha com comida.

Começando a divagar ironicamente:
Que nada, é tudo da boca pra fora; esse país religioso-católico, tem toda a repressão da sociedade, as mulheres ficaram tudo com vergonha de dizer que gostavam de dar...

E pra terminar:
Ou então, cara... Me diz onde encontra esse chocolate aí, POR FAVOR.
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29.5.08

alegria de nerd

Gente, olha que fofo: eram 11 da manhã quando chegou uma caixa enorme lá no editorial. Aí a chefe da seção, empolgadíssima, começou a chamar todo mundo pro "momento solene". Pensei que eu não tivesse adivinhado que diabos era aquilo por ser uma mera estagiária, mas, pelas caras dos companheiros, vi que eu não era a única. A mulher estava tão eufórica, deviam ser chocolates suíços, algum brinde maneiro, sei lá... Aí todo mundo se aproximou e começaram a jorrar livros da caixa. Mas não meros livros. Obras de referência. Eu não sei quanto a vocês, mas antes de eu começar a trabalhar em editora achava que esses lugares eram cheios de livros bacanudos nas estantes, que se você quisesse consultar qualquer coisa tinha à mão... que nada. Talvez na Companhia das Letras, mas nas duas maiores editoras do Rio de Janeiro a situação é patética: enciclopédias caindo aos pedaços (até aí tudo bem, ninguém mais usa enciclopédia), atlas do século retrasado, dicionários da época de Machado de Assis, e por aí vai. Tudo obviamente muito velho e inútil, e a empresa acha que é gastar à toa comprar aquelas coisas. Tipos "ah, procura no google que acha", eles devem responder quando recebem algum pedido de compra daquele. Mas aí por um acaso do destino (um recém-contratado querendo mostrar serviço), dessa vez a Ediouro conseguiu.

E aí começou a cena: todo mundo comovido, tirando livros da caixa, babando, fazendo comentários do tipo "olha essa gramáticaaaaaaaaa", ou "esse dicionário é muito foda, custa 150 reais", ou "geeeente, esse é da martins fontes... mar-tins fon-tesss", ou "meu deus, um dicionário de italianoooooo...finalmente", e por aí vai. Espanhol, alemão, inglês, todas as línguas ao alcance das suas mãos. Todas as suas dúvidas gramaticais a um pulo da extinção. Manual de Redação da Folha. Dicionário prático de regência. Coisas assim. E todo mundo babando em volta: as meninas dando gritinhos; os rapazes, mais contidos, comentando a lombada colorida.

E a Juliana, voltando pra cadeira depois dos orgasmos livrísticos: "É tão fácil fazer a gente feliz..."

*

You could have been a legend,
but you became a father.
That's what you are today.

The National - Slipping Husband

27.5.08

smog

I'm new here. Will you show me around?
No matter how far wrong you've gone

You can always tourn around
And it may be crazy but
I'm the closest thing I have to a voice of reason.

And you may come full circle and be new here again.

21.5.08

nesta quarta-feira 21 de maio

Duas cenas marcaram o dia. Mentira, foram três. A primeira foi a menina ruiva no ônibus em que eu não estava. A segunda foi a pessoa mistificada. Ambos duraram no máximo 5 segundos. Ambos fizeram a borboleta no meu estômago se revirar. O terceiro durou mais tempo, mas não foi doloroso.

A menina ruiva tinha uma aparência de fracotinha. Baixinha, branquela, cara de criança. Tava na porta do ônibus quando ele parou no ponto, pronta pra descer. Mas a porta tava fechada. Eu ouvi do lado de fora a menina dizer alto lá dentro: "motorista?" Depois ela disse de novo: "motorista?" E das duas vezes ela tinha uma expressão super segura de si e tranqüila, um micro-sorriso de boca fechada, sabe? Sim, ela me cativou com o seu "motorista?". E, no momento em que, imagino, ele olhou pra ela, a menina ruiva só apontou pra porta com o dedinho e indicou com os olhinhos que queria descer. Aí a porta abriu e ela desceu com seu sorrisinho e seu título de ídola-do-dia. Eleita por mim com honras e fofuras distantes.


A segunda cena foi a pessoa mistificada saindo num horário que não é comum a ele, e recebendo uma oferta de carona, e não me cumprimentando, provavelmente nem me vendo. E a minha cabeça criou muitas e muitas e muitas ramificações e histórias e conclusões e tudo mais que se pode imaginar dessa cena. E também do fato de eu ter me importado com a cena. Fiquei pensando que se tivesse sido algo minimamente relevante, eu não ia conseguir continuar a existir por umas 4 horas. Não, eu não sou normal.

A terceira cena foi o rapaz emoldurável que me ensinou a investir na bolsa em 30 segundos. Foi ele falando com a professora chata, mala, insuportável, de uma forma tão simples e perfeita que eu pensei "cara, me dá um prego agora pra eu pendurar ele na minha parede". Não vou conseguir explicar a essência da coisa, mas era a professora gorda, velha, chata, mal humorada, ranzinza, reclamona, e ela chegou uma hora atrasada na aula e ainda comentou que não conseguia acordar cedo, não conseguia dormir, que tava ficando velha e mimimi. E passou meia hora esculhambando os 3 alunos que estavam mostrando seus trabalhos. E o rapaz emoldurável depois levantou e disse:

- Professora, tá acabando a aula, é melhor eu vir outro dia. Elas chegaram antes de mim, é melhor eu marcar contigo um dia pra vir com mais tempo. Me diz aí quando pósso encontrar a senhora bem dormida, feliz, tranqüila...

Enfim. Não é suficiente descrever isso, mas serve pelo menos pra eu me lembrar. Ele obviamente é uma daquelas pessoas que interagem e amam o mundo, mesmo sabendo que tem muita merda por aqui. Você vê na cara dele que ele sabe que tem muita merda por aqui, quando ele comenta sobre o mundo e a vida. Mas ao mesmo tempo você vê na cara dele alguma coisa dizendo "eu tô na boa. as pessoas e o mundo são problemáticos, mas deixa comigo que eu me viro bem por aqui".

untitled

Não é muito divulgado, mas com o riocard expresso você pode pegar um ônibus pagando 10 centavos. Mas calma, minha gente, é só a marca do fogão: se você ainda tiver crédito no cartão, mínimo que seja, você paga a passagem entregando o cartão ao trocador. Bom, né? E o cartão é realmente de grátis, porque você compra por 40 reais e vem 40 reais de crédito. Fica aí a dica.

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E eu estou lendo mais um livro de auto-ajuda lá na ediouro. Maravilhoso. Encadeamento e coesão perfeitos. Altíssimo nível. Pra vocês terem uma idéia, ele diz que "quem nasceu pra ficar parado é poste". Esse é o nível da coisa.

19.5.08

I was going to kill my heroin. But I've changed my mind. Now I fear I may have to kill someone else instead.



Sábado à noite eu bem ia na casa rosa mas desisti, por vários motivos irrelevantes. Fiquei em casa assistindo As horas de novo. O DVD que eu comprei ano passado por 13 reau e que até sábado não tinha nem aberto o plástico. Aí tava com saudade de Julianne Moore sendo inundada na cama do quarto de hotel, e da cara de maluca da Nicole Kidman com sua voz uma oitava abaixo. A cena da estação de trem, que mostra Virginia Woolf discutindo a relação com o marido, dói demais no coração. Algumas cenas do filme são americanamente brega-exageradas, mas a gente perdoa.



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Ok, eu não me expressei corretamente. A categoria de pessoas extraordinárias que eu invejo não exatamente atura o mundo, ela faz mais: consegue interagir, gostar de estar ali, se dá bem com aqueles meros mortais porque consegue ser normal. Ainda não entendo como isso acontece. Às vezes tenho esses vislumbres mas passa antes que eu consiga entender bem.
*
Eu tinha uma ou duas coisas pra falar sobre, e eram coisas que eu realmente queria comentar, mas esqueci. Até deixei o bloco de notas aberto o dia inteiro mas as 6 horas do estágio passaram e não escrevi nada.

15.5.08

pílulas de sabedoria

Tenho pouco a dizer. Ontem tinha muito (aham) mas estava ocupada fazendo coisas em vez de pensando nelas. Queria contar primeiro do meu curso pra editores: a palestrante de hoje citou que a Livraria da Travessa tá abrindo uma filial no BarraShopping com 4 mil metros de piso e só se ouviu um suspiro geral, misto de prazer e ansiedade.

Queria dizer também que hoje me veio à cabeça a frase "putz, viver é muito foda" e depois olhei pra mim com nojo de mim mesma. Cara, nem quem toma fluoxetina merece uma frase idiota e brega como essa. Viver é muito foda? Ah tá, todos os somalianos vivos acham bem foda viver. Ok, desculpa pessoal, acontece nas melhores famílias, juro, juro mesmo que não vai se repetir.

Ontem encontrei um rapaz emoldurável nos corredores da faculdade e ele me ensinou em 30 segundos como investir na bolsa e me fez pensar sério sobre dinheiro. E citou, rindo de si próprio, acrescentando também que talvez devesse passar a usar terno e gravata (not!), a frase de Nelson Rockefeller de que "quem trabalha não tem tempo de ganhar dinheiro".

Não entendi a história da Fat Lady mas li com pressa. Talvez devesse ler o texto todo. me fez pensar em uma teoria que divide as pessoas excepcionais em pessoas-excepcionais-que-conseguem-aturar-o-mundo e aquelas que não conseguem. Obviamente as pessoas-excepcionais-que-conseguem-aturar-o-mundo também conseguem interagir com ele, e, principalmente, se aproveitar dele. Olham essa vidinha aqui com aquele olhar de cima, dando um sorrisinho de lado, e se deixam tocar por alguns segundos pelos meros mortais pra depois desfrutar de uma bela residência à beira-mar só com gente selecionada. Não tenho a ilusão de que um dia vou conseguir ser assim. Tenho belos exemplos, mas a incapacidade interna. Lembrei de comentar isso porque Franny também não se encaixa nessa categoria.

13.5.08

ouvindo all is full of love


Aí a caixa do supermercado diz um "volte sempre" e eu respondo com um "você também".

¬¬

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E o meu problema é o 634. Uma hora pra ir e, com otimismo, uma pra voltar do estágio, ou seja, duas horas por dia em uma carroça saculejante que passa por lugares horrorosos. E que nem o botãozinho de dar sinal funciona, o que me obriga a pular pra alcançar a cordinha ou me lançar perigosamente naquele degrau dos bancos mais altos, freqüentemente caindo sobre o passageiro que sentado ali se encontra.

É uma linha de ônibus cheia de gente feia. MUITO feia. Desnecessário dizer que são pobres. Quase todo dia o motorista fica algum tempo parado pra forçar um menino de rua que não quer pagar passagem a descer. Meu companheiro de viagem hoje foi um homem fedido, deficiente de um braço, bêbado e cujas pernas abertas ocupavam todo o MEU espaço de sentar. Depois de umas olhadelas ineficientes, taquei minha bolsa no meio do banco pra delimitar a divisão do espaço. Depois dele veio uma velha, daquelas que não ficam um segundo sem chupar os dentes. Uma velha a quem foi oferecido o assento, gentilmente, por um rapazola. Cara, eu não levanto pra velhos. Eles que se revezem nos bancos reservados a eles. Minha filosofia é a seguinte: não consegue andar de ônibus, pega táxi. Não tem dinheiro, então não pega nada. Não consegue ficar em pé, então não sai de casa. Eu provavelmente vou ser uma velha reclamona, doente e acabada, amaldiçoando meus dias impiedosos de juventude e me arrependendo de tanta maldade que pensei. Mas ah, que se dane, odeio essa multidão de velhos com caras de coitados.

Resumindo: pegar o 634 é testar diariamente sua resistência ao terceiro mundo.
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11.5.08

it's tiiiiiiiiiime... for a new beginning.......!

Gente, gente, a vida é linda, a existência é fenomenal, as flores... Ok, menos. Não entrarei em muitos detalhes, mas só quero dizer que essa semana realmente foi total TPM, e hoje tive a confirmação. Porque hoje voltei ao normal, justamente no mesmo dia em que... Enfim. A vida não é linda, ainda to cheioa de neurose com a nutella e a minha incapacidade para amar etc e tals, mas to bem melhor. nem um pouco animada pelo fato de amanhã ser segunda-feira, mas disso não posso fugir.

Ademais, meu domingo começou com uma dieta firme e forte e hei de conseguir manter ao longo da semana. Fica aqui uma musiquinha muito legal que me deu ânimo nos últimos dias. Não me pergunte por quê, mas ela me fazia ter a sensação de que a vida é interessante.

Hey remember that time I tried to save a pigeon with a broken wing?
A street cat got him by morning and I had to bury pieces of his body in my building's playground.

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9.5.08

no psiquiatra

Pela primeira vez dr. Nocera não perguntou tudo de novo nem anotou tudo de novo. Fiquei feliz por isso. Parecia até que ele se lembrava de mim. Dr. Nocera começou a diminui meu remédio (eba!). Porque por algumas semanas eu - veja bem - esqueci do TOC. Alguém sente o drama de esquecer uma obsessão-compulsão? Sabe o que significa isso? É lindo demais.

*

- Quer dizer então que você desistiu da psicologia.
- É, era terapia de grupo, eu não gostei da psicóloga, o troço não andava, uma perda de tempo. Tava pensando em procurar particular.
- É, Sheila, aí cabe a você avaliar a questão custo/benefício da terapia. Porque veja bem, é uma coisa onerosa, e nem sempre tem resultados práticos, não sei que tipo de resultado produziria pra esse seu tipo de problema. Se você chegou a atingir a remissão dos sintomas, sinal de que você tem um bom controle psicológico e um bom senso racional que permitem lidar com o processo do TOC e da superação do TOC...
- É, na verdade eu pensei em unir as duas coisas também. Eu ando muito ansiosa esses dias, cheia de coisa na cabeça, sei lá.
- Mas também muitas coisas você há de reconhecer que são da vida. A gente não pode categorizar, diagnosticar tudo, analisar tudo como transtornos... Muitas coisas são da vida, do processo normal do ser humano, muitas coisas que a princípio a gente não compreende mas que a própria vivência vai ensinando a lidar...
- É verdade. Você é antipsicologia então.
- Não, não, eu só acho que as pessoas devem ir um pouco mais conscientes do que elas estão procurando. Tem gente que vai no psicólogo e não sabe nem o que vai falar, só quer "melhorar a vida", "se sentir melhor", coisas assim.
- Sei. É que essas semanas eu tenho andado com umas obsessões meio esquisitas.
- Por exemplo?
- Ah, não sei, eu tenho umas neuroses com comida, com música, com pessoas, acabo agindo assim com tudo. Tipo, sei lá, eu descubro um chocolate novo, fico semanas só comprando esse chocolate direto, e não consigo saber de outro...
- Mas ao comer o chocolate você se satisfaz, não?
- Sim, mas só na hora, e logo depois eu já to pensando em quando vou comer aquilo de novo, e fica aquilo na minha cabeça. Eu crio fases com vícios.
- E qual o problema?
- O problema é que eu sou assim com as pessoas também, e é uma coisa esquisita. Pessoas não são chocolate.
- É, Sheila, na minha opinião, isso é uma característica sua, da sua personalidade, e não necessariamente é algo que deva ser "curado" ou algo assim... De repente você ainda não aprendeu a controlar ou a lidar com isso de uma forma saudável..
- Mas é justamente pra isso que eu tava pensando na terapia. Você paga alguém pra te ouvir, em vez de alugar sua mãe e seus amigos e ficar enchendo o saco deles.
- Bom, ah isso é... Mas procura também tentar descobrir por que essa sua necessidade de álguém te ouvir. Por que, como você diz, a mãe ou os amigos não são suficientes. Entende o que eu quero dizer? Acho que a terapia tem que ser um pouco mais focada, menos abstrata, menos vaga...

*

É, doutor. Pessoas não são chocolate. As pessoas percebem a sua neurose e consideram você psycho. Ou elas não percebem nada e você é que acha que elas perceberam e começa a agir estranho com ela, que acabam se afastando de você e ... Enfim. Muito complexa a vida, muito complexa. Blog é uma forma de autoterapia também.

7.5.08

frei betto

Aí eu tava lendo isso aqui:

"Elite e o subproletariado se caracterizam pela ociosidade e marginalidade de seus membros, violência de seus métodos de sobrevivência, esterilidade intelectual, carência de padrões, de consciência crítica e de perspectiva histórica. Na expressão de Ortega y Gasset, têm vida apenas como processo biológico, não como processo biográfico. O que as diferencia é o fato de a primeira situar-se no cume da pirâmide social, como detentora do poder; a segunda situar-se na base, abaixo da superfície, como a camada mais oprimida, desprovida inclusive de qualquer resquício de consciência de classe."

O trecho é mimimi mas o livro é bom. Me fez lembrar do 1984, e que a prole não tem jeito, a prole não tem salvação, ou seja lá o que a prole não tenha que significa que a prole é uma merda mesmo. E por lembrar desse livro me deu uma sensação de bem estar por todos os livros e músicas e filmes e tudo mais bacana que existe por aí.

Pena que durou pouco.

6.5.08

as you have to learn the lesson twice

Eu nem tenho mais muita coisa a escrever, mas me afeiçoei a esse negócio de blog e agora dá vontade de postar toda hora, em todo lugar, toda hora dá aquela vontade e... enfim. Hoje comecei meu curso de "processamento de textos" no SNEL (dê um google se quiser saber o que é). Mulher falando simpática e segura de si, eu realmente acho maravilhoso esse negócio de trabalhar com livros. O que não gosto mesmo é de trabalhar. Acordar cedo, bater ponto, não poder viajar, telefonemas all the time, resolver coisas, que saco. Será que um dia isso passa? Será que é só uma fase de preguiça mental? Será só falta de confiança em mim mesma? Não sei.

Humor variando ao longo do dia... lendo livro bom... Mas cara, sei lá, aquele ambiente me deprime. Todo dia dá uma agonia de tarde, é incontrolável. Ainda mais porque volto do almoço e vejo meu amor da minha vida, tão lindo e tão potencialmente gay, e eu nunca mais encontrei nem falei direito com ele, então bate aquela deprê.

Desde ontem esse sentimento down veio de forma inédita. Não esperando a resolução dO Problema, mas bastando em si só. Estranho. Como se nada tivesse a ser alcançado, ou melhor, como se sim, tivesse muita coisa a ser feita, mas nada que me motivasse. Deve ser TPM, espero que seja. Amanhã vou voltar a me esforçar decentemente.

Vários pensamentos, muitas dúvidas sobre mim mesma.

Ainda bem que ninguém lê isso aqui.

5.5.08

life is hard

Vejamos se eu consigo me fazer entender. Olha o que acontece: feriado, dia enforcado, sábado e domingo. 4 dias à toa. produtividade caindo de nível a cada dia. Aí no domingo chega estou torcendo pra ter alguma obrigação obrigatória todo dia. Aí chega segunda e eu canso da obrigação e morro de sono a tarde inteira enquanto leio ótimas palavras de Frei Betto - muito boas as cartas na prisão dele. O esforço todo dos últimos 4 dias é simplesmente jogado no lixo, e, que alegria, miss Neurose está à minha espera, sentadinha do meu lado lá no estágio, a tarde inteira. Às vezes ela me deixava ir ao banheiro sozinha. Só às vezes... que pena. 4 dias pra fazer uma mísera tarefa pra faculdade, e quando eu vou fazer? na segunda. à noite. e o que acontece? não consigo, porque não acho o que eu preciso comprar. ônibus cheio, pão de queijo como janta. cabelo uma merda. unhas destruídas. auto-estima no chão. TPM. preguiça de viver, de existir, de tentar pensar no que fazer e no futuro e...

bom. como pensamento positivo, tenho a dizer apenas que meu último post no DA tá um arraso.

/sofro

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2.5.08

simples assim















eu sei que não dá pra entender direito, por isso vou traduzir: no primeiro quadrinho, tá chovendo, e aquilo ali na direita é um raio; no segundo, acreditem, é um enterro; e no terceiro é uma bigorna (yes it is) e uma sugestiva setinha apontando pra cabeça do bonequinho. How to fight loneliness? Just smile all the time.

Preguiça de desenhar direito.

the swing of things

Ah o feriado! Nada como acordar sem despertador, comer sem pressa, e começar o dia postando um life report.



Vou resumir meu dia super atribulado de ontem: age of empires, cochilo, age of empires, cochilo... depois cochilo, age of empires, pra dar uma variação na coisa. "Tudo" isso preenchido aqui e ali por alguns espasmos de depressão e euforia intercalados (uhul, sou saudável), muitos caquis comidos, algumas coisas úteis feitas, e, tu vê, até assisti Duas Caras. Derrota.



Deu 22h e eu resolvi arrumar o quarto. Vida bombante. E super fiquei mega animada porque consegui desfazer o nó da minha escrivaninha, que agora tá toda reorganizada e fofa (ok, faltam algumas coiusinhas), mas cara, bateu um orgulho, e NADA mais revigorante que jogar coisas fora. Papel então... nem se fala. Duas sacolas de lixo dessa vez. E consegui até organizar a papelada em categorias, dessa vez me superei. Do tipo "recibos", "faturas cartão de crédito", "textos arquivo" e por aí vai. Sinistra eu. Até as caixinhas foram realocadas em suas funções. Só uma delas, a latinha branca com ursinho, continuou guardando a mesma categoria de coisas: "coias inúteis a guardar ad eternum".



Aí fiquei até uma da manhã fazendo isso e acordei feliz. Incrível, não? Eu acho.



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Veja(m) você(s) que meus mais ouvidos da semana vai encabeçado pelos Magnetic Fields. Isso se deve a uma musiquinha do CD novo deles. Fica aqui de presente. É praticamente instrumental e de vez em quando eles gritam "Threeway!" pra depois voltar o tecladinho bobo. Muito divertida.



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23h30 ontem fui interrompida por uma ligação de número desconhecido. Atende um rapaz perguntando por sheila e perguntando se eu reconheço a voz dele... *medo*. Mas aí era um menino lá do 3º ano do Pedro II, e sabe-se lá Deus por que ele ligou essa hora, mas eu tava acordada e mega na atividade então whatever. Disse ele que é "motorista executivo" e repetiu umas 20 mil vezes que "a época de colégio foi a melhor época" da vida dele. Cara, sua vida deve estar boa hein. Ou a minha é que era ruim naquela época? Enfim. O carinha fica indo e voltando nos papos, falando sobre como hoje dependemos de dinheiro, blablablá dia das mães, blablablá trabalho-casa, blablablá etc... E eu "é"... "sofrimento"... mas depois entrei no clima e comecei a filosofar sobre a coisa do ser e ter e ainda disse que ele era um participante passivo do sistema porque ele vai dar o tal presente de dia das mães. Ficamos bem uns 15 minutos reclamando da vida. Mas dessa vez ele que começou.